Era pra ser o sonho de todos os jovens, terminou sendo o propósito do único Eterno. Viver o evangelho é colocar em prática os propósitos de Deus!
Nossa geração é marcada por crentes que usam o nome de Cristo para alcançar seus sonhos e fantasias, por isso que não temos mais agraciadas, pastores no campo, coral de anjos cantando e magos vindo do Oriente distribuído ouro, incenso e mirra. Que pena, o nosso natal, quase sempre, é comemorado sem a presença do aniversariante. Sobram festas, falta presença divina.
O jovem José não era diferente dos demais da sua época. Ele também desejava ter a própria família. Por isso, escolheu como esposa, uma jovenzinha do seu vilarejo, cujo o nome era Maria. Os pais da moça tomaram ciência das intenções de José através de seus genitores. Tendo aceito o pedido de casamento, firmado o compromisso, pago o dote para a família de Maria, pronto, já estavam comprometidos um ao outro, só faltava marcar o dia da festa para que todos pudessem saber que, eles seriam, até a morte os separar, marido e mulher.
Até este momento, a vida seguia normalmente para os dois comprometidos: cultos, orações, trabalho, festas públicas e muitos sonhos arquitetados. Todavia o futuro preparou uma surpresa para o jovem casal: os dois seriam pais, sem nenhum tipo de relacionamento sexual. O céu os comunicou, sem aviso prévio, sem formalidades, sem nenhum tipo de amparo emocional. Por certo, mesmo sendo tão jovens, o céu sabia do escore espiritual dos dois.
José deitou sorrindo, mas acordou chorando. Sua amada estava grávida, e o filho não era dele. Estava difícil, mas teria que tomar uma decisão:
· Se a denunciasse, Maria seria apedrejada por infidelidade.
· Se a deixasse e fugisse, ele seria perseguido por insultar a nobre família.
· Se aceitasse Maria, saberia que o filho, que todos pensavam que era dele, não era.
É aí que as qualidades espirituais e morais de José são reveladas. O texto bíblico o chama de “Justo”, mas para entender, precisamos da palavra grega “Dikaios”. Dikaios é mais que fazer o que é certo, é fazer o que é melhor ao outro. Um dikaios, não se beneficia do que tem ou sabe, no entanto, compartilha com quem não tem ou não sabe. Para esclarecer melhor, vamos à história da anunciação:
· Ele queria deixar Maria secretamente. Um dikaios não quer se associar aos delinquentes, ilegais ou inconsequentes, mesmo que seja alguém do seu círculo íntimo.
· Ele de fato respeitava Maria. Um dikaios prefere a saudade do distanciamento, do que desmascarar, difamar e fazer público os delitos cometidos por alguém que lhe feriu, não por causa da vergonha pessoal, mas por respeito ao ser humano.
· Ele aceitou ser o pai adotivo. Um diakaios, em vez de condenar, ele prefere perdoar. Para um dikaios, amar, significa ser empático: ajudar a carregar o fardo do outro.
· Foi em sonhos que o anjo lhe ordenou aceitar Maria. Um dikaios é alguém estruturado espiritualmente e tem discernimento espiritual. Ele é obediente ao Senhor seu Deus. Fazer a vontade do Senhor é mais relevante que alcançar seus próprios sonhos.
O reino de Deus é de cabeça para baixo. Os “absurdos” divinos não são aceitos pela nossa geração, porque não queremos nos constranger com as ideias daquele que é onisciente. Ainda assim, mesmo sendo poucos, são os dikaios que fazem à vontade do Altíssimo! São eles que doam, quando não tem; são eles que perdoam, mesmo estando com a razão; são eles que tudo fazem, mesmo sem forças; são eles que enxugam as lagrimas do outro, mesmo quando as suas não são socorridas...Foi a José que Deus confiou a guarda do Verbo Vivo feito homem, por obra e graça do Espirito Santo, no ventre virgem da sua adorada Maria, porque ele estava pronto para realizar os desígnios divinos, mesmo quando fogem à compreensão humana. Ele viveu no anonimato da história do filho de Deus, mas deixou um legado que bem poucos tem: ser um justo entre os homens.
“E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara...” (Mateus 1.24)
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