O primeiro trecho da duplicação da Rodovia dos Minérios (PR-092), inaugurado na última sexta-feira (25) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, está mudando a realidade de quem trafega entre Curitiba e Almirante Tamandaré. Com o segundo lote em andamento, caminhoneiros, comerciantes e moradores já sentem os benefícios da obra, em especial na segurança e no tempo de deslocamento.
O caminhoneiro Wagner Cordeiro, 40 anos, é morador de Itaperuçu, cidade vizinha a Almirante Tamandaré. Ele conhece bem a rodovia, de ponta a ponta. “Eu transporto cimento de Rio Branco do Sul para Itajaí, em Santa Catarina. Antes era terrível, muito trânsito, caminhão pesado, carros de passeio. A população da Região Metropolitana de Curitiba aumentou bastante e a rodovia não acompanhou esse movimento. Agora, mudou, diminuiu o tempo de viagem, já ajudou bastante, sem contar a segurança”, afirma Cordeiro, caminhoneiro há mais de 20 anos.
Cerca de 25 mil veículos, entre carros, ônibus e caminhões pesados passam diariamente pelo trecho. O auxiliar administrativo Luciano Simioni, 47 anos, sabe bem disso. Nascido e criado em Almirante Tamandaré, hoje trabalha em uma empresa de transportes, em um trecho da rodovia que também será duplicado. É o fim do caos, segundo ele. “Era um transtorno para quem vive aqui e para quem trabalha em Curitiba. Agora, com a duplicação, está melhorando bastante o trânsito”, celebra.
É o caso de Isabelly Alves, 18 anos, estudante de direito. Todos os dias ela vai de ônibus para a faculdade, em Curitiba. Com as mudanças na Rodovia dos Minérios, ela já não se atrasa mais para as aulas. “Antes era um pouco mais demorado, chegava a ficar parado. Com a duplicação, flui muito mais o trânsito, principalmente de manhã, no horário de pico. Antigamente eu fazia esse percurso em uns 40, 50 minutos por causa do trânsito. Agora em meia hora eu já estou lá, até antes”, comemora.
MENOS TEMPO– O setor de transportes não foi o único beneficiado. O comércio local também já desfruta dos benefícios que a rodovia traz com ela. “Parabéns por terem assumido e fazerem essa obra, porque é uma promessa de muito tempo. Agora a obra vai começar em frente ao nosso comércio, o que causa um certo incômodo, mas que é necessário para o desenvolvimento não só do nosso município como dos outros aqui do entorno”, explica João Fronza Júnior, 57 anos, cuja empresa está localizada no segundo trecho, já em obras.
A consultora comercial Priscila Lima, 35 anos, morou em Almirante Tamandaré durante três décadas e viveu a rodovia antes, durante e agora no pós-duplicação. “Era bem precária, porque como era só uma pista, tanto para ir quanto para voltar, eu demorava uma média de 15, 20 minutos para chegar, morando aqui mesmo na cidade. Vindo de Curitiba, onde moro hoje, dá 12 minutos, fora a segurança para os pedestres com a passarela onde é mais movimentado”, opina.
O gerente administrativo de supermercado, Antonio Santos, 50 anos, se desloca todos os dias de Curitiba para Almirante Tamandaré. A expectativa é de que as obras continuem em um bom ritmo, ajudando a cidade a se desenvolver cada vez mais.
“Era perigoso, muito caminhão em cima dos carros por ser pista simples, mas hoje com esse trecho novo já melhorou bastante. Eu gastava em média de 45 a 50 minutos, hoje dá em torno de 28 a 35 minutos, 30% a menos”, salienta. “A tendência é de a região evoluir e receber mais investimentos, com mais empresas e indústrias”.
E isso já está acontecendo. Em agosto, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou investimento de R$ 3 bilhões em duas novas fábricas: uma de cimento e outra de calcário em Itaperuçu, distante cerca de 14 quilômetros da vizinha Tamandaré. A empresa também realizará obras viárias entre as fábricas, ligando-as à Rodovia dos Minérios, facilitando o escoamento da produção para o Interior.
A região é uma das principais produtoras de calcário do Paraná e também de cimento, sendo o nome da rodovia uma homenagem a essa vocação local. Almirante Tamandaré também é um dos principais produtores de morango, sendo o 7ª maior do Estado, segundo dados do Valor Bruto da Produção (VBP) de 2023.
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