O individualismo tem uma mensagem muito clara e objetiva: “não me preocupo com você porque não quero preocupação para mim”. Cada vez que o outro não é visto ou lembrado por mim mais me isolo em meu mundo e mais exponho o próximo ao perigo. A economia de uma ilha não pode ser comparada à oportunidade de um continente. Onde não há relacionamentos também não há oportunidades. Mesmo um rei precisa aprender a se ausentar do seu trono para saber o real estado dos seus súditos. Crescemos mais interagindo com todos do que se esquivando dos menos favorecidos.
Na antiguidade bíblica, deixar de cumprir com os deveres familiares, tinha consequências. Uma cunhada viúva não poderia ser desprezada pelo irmão do falecido. Ele deveria casar com ela para perpetuar o nome do seu irmão. Caso recusasse, a viúva encaminharei a denúncia aos anciãos da cidade e, lá, na frente de todos, sua cunhada cuspiria nele, tiraria um dos seus sapatos, diria: “E em Israel sua família será chamada a família do descalçado.” Uma mancha que ele levaria para toda a sua posteridade! Uma família amaldiçoada que não abraçou uma mulher indefesa. O que está acontecendo aqui? Quais valores estão em jogo?
· Um casamento se estruturava dentro da família do esposo. O esposo era responsável legal pela guarda da esposa.
· A cunhada pertencia ao novo clã. Ela não somente dependia dele para viver, como também para ser respeitada.
· A esposa renunciava a sua família de origem e se declarava pertencente ao novo clã. Era chamada de filha e, seus sogros, reconhecidos como pais.
Caso seu esposo viesse a falecer, o irmão solteiro deveria honrar o nome do falecido casando com a sua cunhada. Ela não somente consentia, como também aprovava casar com o cunhado. Para ela era honroso permanecer na família do seu falecido esposo.
Os seus filhos, caso tivesse, seriam respeitados, educados e amados na família do falecido. A viúva preferia o casamento arranjado do que correr o risco dos seus filhos viverem longe da família dos seus sogros.
Uma viúva nesses tempos, sem o segundo casamento com o seu cunhado, viveria sozinha, teria que levantar o seu próprio sustento e, hipótese nenhuma, poderia ter relação sexual com alguém, caso acontecesse, seria apedrejada, mesmo não casando com um membro do clã. A viúva era responsável pelas dívidas do falecido, teria que saldar esses débitos com vendas de bens, trabalho árduo ou vender os filhos para serem escravos do seu credor.
Viúvas, pobres e órfãos eram vulneráveis em Israel. A sociedade era solidária para com uma família constituída, mas não para a viuvez de uma mulher. Um descalçado era alguém que destruiu a alegria e os sonhos de uma mulher, e cooperou com a perpetuação da pobreza na sociedade de Deus! E sempre será assim:
· Pessoas más: se eu ajudar, o que vai acontecer comigo?
· Pessoas boas: se eu não ajudar, o que vai acontecer com eles?
Um coração misericordioso não permite que os seus interesses estejam à frente das necessidades do próximo. E a verdade é uma só, quando a dor do outro não lhe afeta, quem precisa de salvação é você!
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