“prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.” (2Timóteo 4:2)
Para quem tem a responsabilidade, a cada semana, orientar o rebanho que o Eterno lhe confiou, não dispensará o melhor de todos os alimentos - a pregação da Palavra de Deus. Esse conteúdo não é negociável. O pastor não tem opções, ele não está ali para entreter, mas para socorrer e suprir as necessidades das almas. Dar pasto é a especialidade do pastor! Mais que isso, o pastor, foi escolhido para descortinar os mistérios de Deus ao seu povo. Portanto, é pregar ou pregar!
Um pastor de rebanho não faz palestras, não faz conferências ou reflexões teológicas, não! Ele não está ali para prestar relatórios, revelar pesquisas ou atualizar notícias, não! Ele foi constituído para pregar a Palavra ao seu povo, quer ouçam ou deixem de ouvir. O pastor consciente sabe, perfeitamente, que não existe melhor notícia que esta, que os seus membros devam saber: o céu quer falar com eles!
De posse de todo preparo homilético, impactado com o conteúdo inspirativo, a mensagem canônica estará atrelada a sua mente e coração. Ele se sentirá como um guerreiro, com sua flecha e arco, pronto para batalha. Enquanto o esboço bíblico vai tomando forma e direção, ao longo da semana, o rebanho estará continuadamente diante dele, pois conhece, de experiência própria, o rebanho que tem. Vai pregar com autoridade e ousadia, porque o seu relacionamento com os crentes não é de ouvir falar, mas de com eles andar. Na verdade, enquanto estiver pregando, suas palavras serão a extensão do seu cajado, conduzindo cada membro às águas tranquilas, ou campos verdejantes, ou guiando-os nos vales sombrios. Não poupará a vara, sabe que é necessário conduzir um membro, mesmo recalcitrando ao seu ministério, ao caminho do céu, do que vê-lo rumo a perdição. Seu olhar cuidadoso, encontrará os necessitados e os consolará, como um pai, exortará os desatentos e sentenciará os desordeiros, mas todos terão o privilégio de se sentirem ovelhas do seu pastoril. Sem intimidação, ele trovejará bem alto as palavras sagradas!
Enquanto prega, o púlpito se tornará em uma grande e ampla mesa de refeição. Os textos bíblicos lhes serão receitas vindas do céu, que ele oferecerá ao seu povo. Os conteúdos bibliológicos serão alimentos colhidos no jardim de Deus, todos bem preparados e servidos com muito amor e temor. A cada prato preparado e servido, um conhecimento de Chefe, um toque de mestre, de quem sabe o que faz e que não abre mão do seu próprio tempero. Um pastor consciente da sua missão da significância ao ministério da Palavra. São poucos minutos pregando, mas o resultado reverbera na eternidade. O texto bíblico lhe será familiar e, inexplicavelmente, haverá um fenômeno espiritual - um homem finito expondo conceitos de um Deus transcendente. Nesse momento, o amigo divino, abraçará o terreno e, juntos, apascentarão o frágil e dependente rebanho. Mentes e corações se alinharão segundo os interesses do céu e, para os ouvintes, serão impactos com a presença do Eterno. Poucos minutos pregando, mas para quem ouve, tempo suficiente para se refrescar e se banhar nas águas vivas vindas do céu. Pelas mãos do homem temos acesso ao coração de Deus!
· A pregação pastoral difere das demais, porque o pastor não distribui conhecimento, ele faz valer a autoridade que tem.
· A pregação pastoral é a síntese da imersão pastoral junto ao rebanho, dia após dia, e lhe confere o título de: Ministro de Cristo.
· A pregação pastoral não é apenas expressão do seu conhecimento teológico, mas, fruto de uma vida, que participa da vida do outro e de outros.
· A pregação pastoral é o reflexo das inúmeras experiências adquiridas no exercício do ministério.
Exercendo a sua função de arauto do reino, enquanto prega, um turbilhão de sentimentos cairá sobre os corações:
· Muitos serão consolados e acolhidos como filhos queridos de Deus.
· Outros, claramente, deslumbrarão o caminho que devem andar e permanecer.
· Para alguns, serão confrontados e descortinados os seus delitos, retornarão, para o caminho de onde nunca deveriam ter saído.
· Uma minoria, mesmo advertida do perigo iminente, seguirão sem sentido, porém, sentenciados pela Palavra.
Uma vez, depois de pregar, alguém não muito satisfeito com a minha pregação, me indagou: Você entendeu o que pregou? Respondi que não. Então, insistiu o interrogador: E por que pregas? Respondi:
⁃ Prego, porque conheço muito bem quem me mandou a pregar!
⁃ Não prego porque conheço, prego porque obedeço!
O pastor prega, mesmo reconhecendo a sua fragilidade e incapacidade - não lhe é permitido ser omisso ou opositor à Palavra! O rebanho não é dele, já tem dono, e o dono sabe o que é melhor para as suas ovelhas. Um pastor prega, mesmo sem entender o que prega e porquê prega, prega doente, prega cansado, prega quando caluniado e perseguido, e prega quando não quer pregar...
No âmago da pregação, o olhar penetrante do pastor, constrangerá a todos. Seu brado, será como o rugido do leão, longo e impactante, arrebatando o fôlego e fazendo os corações estremecerem! Impossível será fugir ou resistir ao seu cerco. Enquanto “ruge”, os ouvintes, iniciam movimentos pendulares nos bancos e cadeiras, alguns, com a face banhada em lagrimas, outros, com palidez nos lábios sinalizam que uma enorme força os atingiu e, inexplicavelmente, sabem, perfeitamente, que estão sob a jurisdição de Deus. A pregação bíblica invoca a glória do Rei dos reis e Senhor dos senhores, por isso é impossível se mover! Ao término do encontro espiritual, atordoados e impactados com a mensagem, cabisbaixos, os crentes retornarão aos seus lares, totalmente convictos, que Deus falou com todos!
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