O santo não bate

Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo? (Amós 3:3)

Esta expressão é muito usada na cultura brasileira, ela é originária da prática de cultos afro-brasileiros. Isso acontece, quando dois gênios extremamente dominantes se encontram. Antipatia é uma aversão voluntária ou involuntária por algo ou alguém, ela às vezes existe sem que haja uma explicação racional. Quando os “bicudos” se encontram, os sorrisos e os abraços na ocasião têm uma informação que só os dois sabem decifrar: “aqui é o meu território, mantenha-te longe de mim”. Depois desta performance originariamente hipócrita, o que o outro faz, como faz e porque faz será sempre combatida e rejeitada. Parece que essas almas sabem que não podem ocupar o mesmo espaço e compartilhar as mesmas ideias, serão eternamente opostos. Quando o coração se fecha a alma procura se distanciar do outro. Em qualquer lugar que forem ou com quem estiverem, se o nome ou a obra do outro for mencionada, será motivo de críticas, observações negativas e, se aliançarão com quem, sem motivo nenhum, fizer comentários negativos semelhantes. Há aqui um movimento sútil, sombrio e sorrateiro de destruir o outro, mesmo que o outro nada tenha feito pontualmente e que mereça tal distinção. Esse sentimento é como um bumerangue, com a mesma força que vai, também retornará, ou seja, quem não procurar resolver as suas pendências com o outro tentando destruí-lo, consequentemente, colherá o fruto da semente maligna que está semeando. Se não tens algo bom para falar sobre alguém, então não fale nada.

Se essa situação não for contida…

· a respiração ficará difícil, o coração baterá descompassadamente junto ao outro,

· sentirá incômodos estomacais e calafrios junto ao outro, 

· perderá a paz e a motivação, compartilhando da companhia do outro.

· buscará transferir-se, abortará projetos e até se auto-anula, só para se sentir melhor longe do outro.

Para quem não suporta uma companhia indesejada, qualquer lugar longe dela, mesmo que seja o inferno, será sempre o melhor lugar. Nada o que o outro faça de bom ou de bem será reconhecido, divulgado ou seguido, o outro deixará de ser adversário nas ideias e passará a ser inimigo mortal. Este é um mau sentimento que deve ser eliminado o mais rápido possível!

Infelizmente, só tem um jeito para se resolver tal situação, quem está a volta e perceber tais atitudes de perseguição deve exortar, repreender e confrontar, para que essa intenção maligna tenha um fim. Se for um líder, o caso complica, porque ele tem mecanismos em suas mãos que podem afastar e interromper a carreira do outro com quem não tem comunhão. Se ele não for detido, criará um exército infectado com seu ódio sepultando a obra, o sonho e o ministério de quem não aprecia.

Nas raias pastorais o caso se agrava, porque ele não vive o que prega. Ele infligirá o segundo maior dos mandamentos: “amar o próximo como a si mesmo”. Sua antipatia será maior que a sua fraternidade, para ele, melhor seria não ter que conviver com o outro na eternidade.  Seu ministério é apenas uma fantasia, uma farsa. Para o elenco pastoral, o seu espírito estará voltado para o mal, criando atritos, discordâncias e perseguições desnecessárias. Se calarmos e fizermos vista grossa, estaremos sendo coniventes com o mal e receberemos, de Deus, a sentença que passamos a merecê-la. Nenhum grupo se garante, quando um dos membros, não compartilha da tolerância, simpatia e cordialidade daquele que é diferente dele.

Todos nós recebemos de Deus um cão e uma mensagem; um cão para nos proteger e uma mensagem para entregar; se matarmos o cão, não temos como levar a mensagem. Mantenha o cão preso e dominado dentro de ti, porque tens uma mensagem para entregar!